Arquitetos de Escolhas
Como sempre, nosso grande objetivo é promover reflexões e trazer provocações que gerem mudanças, e já vamos direto ao ponto! Uma das coisas que mais nos incomoda são profissionais que vem com o discurso “Esse jogador é isso, esse jogador é aquilo, esse jogador não aprende, etc…” E talvez o entendimento do que significa ser um ARQUITETO DE ESCOLHAS, seja o ponto de partida mais adequado para todo profissional saber como lidar com esses cenários que são de responsabilidade dele! Os arquitetos de escolhas projetam, constroem e organizam contextos que incentivem e encoragem os comportamentos desejados a se tornar a norma. Quer sejam nutricionistas organizando escolhas alimentares, cientistas do esporte projetando estratégias de monitoramento, fisioterapeutas e preparadores físicos criando programas de treinamento ou reabilitação, cada uma dessas funções são, por padrão, arquitetos de escolhas na forma como influenciam o comportamento eventual do atleta.
Quer seja consciente ou não, o momento, a entrega e o contexto em que estas intervenções são realizadas influenciam a arquitetura de escolha que o cliente posteriormente navega, e não pode haver um design neutro (Hansen & Jespersen, 2013). Ao moldar o contexto dentro do qual uma escolha deve ser feita, os cientistas do desporto têm uma gama de opções à sua disposição, mas o primeiro passo é considerarem-se conscientemente como arquitetos de escolhas, reconhecendo que os indivíduos não são racionais no seu comportamento, mas, em vez disso, muitas vezes operam em um sistema mais automático de pensamento (Kahneman, 2011). Existem alguns princípios a serem seguidos que trazem um bom framework para criar um ambiente que enalteça os novos comportamentos, vamos a eles!
Princípio 1- Ajuste a mensagem
Princípio 2 – Faça ser fácil
Princípio 3 – Encoraje a mudança
Promover mudanças comportamentais nunca é uma tarefa fácil, por isso precisamos de uma estrutura organizada e pensada que eduque, mostre o caminho e reforce o novo comportamento. A sugestão daqui para frente, é que você faça uma reflexão sobre a forma como você enxerga o processo de “mudança comportamental”, porque normalmente as nossas escolhas sobre métodos e a forma como vamos atuar está muito conectada com as nossas crenças e refletem as nossas próprias experiências. Não podemos mais cair na armadilha do “TENTAMOS DE TUDO E NADA ADIANTOU”, queremos que ao terminar esse artigo você se sinta com força e vontade de aplicar esses simples princípios e que eles te ajudem a caminhar em uma nova direção.
Responsável: André Cunha
Refer:
PROMOTING ATHLETE BEHAVIOUR CHANGE
Pete Lindsay PhD and Tim Pitt PhD.
Sports Science Exchange (2022) Vol. 35, No. 229